
- Um dos mais bonitos que marquei foi exatamente quando disputei minha primeira partida em uma equipe profissional. Vejam bem quanta sorte tive: estava na reserva. O meu time, o Bagé, enfrentava o Nacional de Porto Alegre, em 1954. Tratava-se de um amistoso. Faltava 10 minutos para acabar o jogo, quando o técnico, tenente Francisco Brochado, lançou-me na ponta esquerda. Houve um ataque nosso. Camacho, o ponta direita, correu bastante, passou pelo seu marcador e, da linha de fundo, centrou forte. A bola bateu no terreno, amorteci-a no peito e, de costa para a meta, puxei-a de “bicicleta”. Foi a primeira bola que apanhei e o nosso time acabou ganhando de 1 x 0.
- Ainda em meu Estado, em 1956, quando eu jogava no Guarani, contra o Bagé, fui autor do único tento que decidiu o campeonato a nosso favor, no último jogo. O nosso extrema-direita correu pelo seu setor e, da linha de fundo, centrou para trás. Apanhei a pelota na linha da grande área e dominei-a na coxa. Antes de a bola cair, chutei-a entre os dois zagueiros e ela passou por cima da cabeça do goleiro. Foi aos 13 minutos de jogo do segundo tempo. Sagramo-nos campeões minutos após. Foi uma das maiores emoções que senti em toda a minha carreira.
- Desde que me transferi para o futebol carioca, três dos muitos gols que marquei um duas temporadas ficaram gravados em minha memória e nunca deixarão de figurar na galeria de honra dos meus melhores tentos. O primeiro deles, assinalei-o no jogo contra o Flamengo, no Torneio Rio-São Paulo de 61. O Vasco perdia por 1 x 0 e buscava a igualdade a todo custo. Coronel chutou a bola para dentro da área inimiga. Entrei de carrinho, à meia altura e desviei-a do goleiro Fernando, colocando-a no canto oposto. Foi o gol do empate que perdurou até o fim da partida.
- No jogo do primeiro turno do campeonato passado, com o Bonsucesso, quando vencemos de 3 x 0, colaborei com um gol que foi o primeiro da minha autoria, em 62. Joãozinho apanhou a bola na intermediária contrária, conduziu-a até a lateral da grande área e executou o centro, alto. Quando a bola ia caindo, mais ou menos na marca do pênalti, apanhei-a de pé esquerdo, num sem-pulo fulminante, no cantinho, sem que o goleiro pudesse ao menos tocá-la. Foi um gol realmente sensacional e que fez a nossa torcida delirar por alguns instantes.
- Contra o Bangu, na partida do primeiro turno do último certame carioca, do qual saímos vencedores por 1 x 0, tive a felicidade de ser o autor do gol. Houve um chute longo da nossa retaguarda, não me lembro de quem. A bola passou entre Mário Tito e Zózimo, que ficaram indecisos. Também o goleiro Ubirajara, ao sair da meta, claudicou um pouco. Formou-se, então, aquela jogada de incertezas de parte a parte. Cheguei a passar da bola, mas, mesmo assim, improvisei uma “bicicleta” que deu para conduzi-la no bico da chuteira e, com um impulso firme, jogá-la no fundo da rede.Até os dias atuais, foram esses os gols mais sensacionais que marquei. Entretanto espero que, este ano, possa ter inspiração para marcar muitos outros, a fim de ajudar o Vasco a ser campeão do Rio-São Paulo e reaver a posse do título máximo carioca – finalizou Saulzinho, dianteiro gaúcho do clube cruzmaltino.
Um comentário:
Buenas,Hoje na madrugada ouvi a reportagem vossa na Radio Bandeirantes ,me lembro de qdo tu jogava,parece incrivél mas tenho essa revista do esporte com essa reportagem,o mundo é muito pequeno,estive o ano passado em Bagé,fazendo montagens no frigorifico, e nem poderia imaginar que tu morava nessa gostosa cidade,só o frio que é danado..um abraço..Germaneo Toloto Ourinhos-SP
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